"Dois posts no mesmo dia???Mas afinal que raio de emprego tem esta miuda?? Andam a pagar-lhe para isto??" Sei que quem vai ler isto vai, quase de certeza, pensar isto que acabei de escrever mas que querem que faça meus invejosos?? :P Pois bem, é assim que volto à descrição das cidades que já visitei :) e nesta já morei durante cerca de quatro meses e meio e tão feliz que lá fui :') Há quase um ano que embarquei nesta aventura. Dia 10 de Setembro, por volta das 23h lá vou eu rumo ao aeroporto de Lisboa juntamente com a mãe (que viria comigo até Viena durante os primeiros cinco dias), o pai e o irmão mais velho (e único) Pedro :) Fomos no popó do mano com duas malas grandes, mais duas pequenas, a mala do portátil :)) somos pequenos mas mesmo assim foi complicada esta parte logistica :P O mano ainda se engana na saída da 2ª circular para o aeroporto mas rapidamente conseguimos resolver a situação e sermos dos primeiros a chegar ao aeroporto. Connosco (comigo, com a minha mãe, a Mónica e o Pedro) iriam também partir a Filipa, a Vanessa, a Maria e finalmente a Andreia. Não me lembro muito bem deste momento mas lembro-me de ser com alegria que estava a conhecer alguns familiares daquelas com quem iria partilhar tantas vivências (e iriam ser a minha familia nos próximos 4 meses) e era também com alegria e alguma tristeza nos olhos que os via desejarem-me as maiores felicidades. Uma das coisas que me lembro bem é do namorado da Andreia a oferecer-me ajuda quando estava a pegar nas minhas malas, aliás até sei que estava com o cabelo apanhado pois ele, quando foi a Viena, também se lembrava desta situação e disse "eu lembro-me de ti, estavas com o cabelo apanhado, não estavas?" LOL lá me lembro?? :P Enfim, despedidas do pai e do irmão como que um "até já" (ainda bem que não tive de me despedir da minha mãe naquele momento) e lá partimos rumo à terra da Sissi :') Ao chegarmos (cerca das 6h na hora local porque na Áustria é mais uma hora que cá. Lembraste, mãe, quando me ligavas ao domingo, às três da tarde em Portugal e eu te dizia que já era de noite e tu ficavas toda admirada?) Aguardamos um pouco ali mesmo no aeroporto pois a nossa residencia s
ó abriria passadas umas horas. Fomos de autocarro até lá e qual não é o meu espanto quando vejo que os semáforos têm um comportamento diferente. Conforme, passam de verde-amarelo-vermelho também passam de vermelho-amarelo-verde e não directamente de vermelho para verde, como acontece aqui na nossa terra :) Após ficarmos um pouco perdidas naquele bairro que viria a ser o nosso lá demos com a nossa casinha (de referir que ficámos todas na mesma residência- Haus Erasmus). Cansadas da viagem, dirigimo-nos logo para os
nossos quartos mal obtivemos a chave pela simpática :P Petra. Combinámos horas para nos voltar a encontrar e ir às compras e assim :) bem que tentei dormir mas não consegui, estava a ser muito estranho para mim, aliás aqueles 2/3 primeiros dias não foram fáceis mas eu tinha de aguentar porque a minha pikena estava ali e eu não podia deixar que ela se fosse embora ainda mais preocupada comigo ;) Chorei uma vez quando fui só com a Mónica ao supermercado mas fiquei por ai e pensei "é aqui que, der por onde der, vou viver nos próximos meses, por isso vou ter de gostar disto e aproveitar ao máximo" e assim foi, as expectativas estavam em alta mas foram superadas :D
Ao sairmos do quarto naquele primeiro dia e ao ir visitar a cozinha damos com uns italianos (só me lembro que um deles era a Valentina) na cozinha que nos cumprimentam logo de maneira muito carinhosa e nos perguntam de onde somos :) e à noite conhecemos nuestros hermanos Dani y Rocio :) decorei logo o nome dela que tanto me fazia lembrar Portugal ;) e o Dani também ficou logo marcado desde o primeiro dia. Pediu-me um "tenedor" pois ainda não tinham nada dessas coisas para comer pois, também eles, tinham acabado de chegar nesse dia :) Lá lho emprestei mas nunca mais lhe vi a cor :D ele disse que o ia lavar e mo dava no dia a seguir mas na verdade acho que o perdeu e pronto :P mas eu sempre que o via, em tom de brincadeira, lhe dizia "dónde está mi tenedor, Dani?" e é com muita alegria que agora me estou a lembrar que num dos últimos dias em que lá estive ele e a Roco disseram que se lembravam muito bem da minha mãe pois eu disse que ela perguntava muitas vezes pelo Dani (a Roco ficou ciumenta:P) :) Enfim, mas era para falar de Viena, não era?LOL é a cidade mais bonita que alguma vez vi, lembro-me perfeitamente da colecção de postais que comprei para enviar para Portugal e onde eu escrevi (em quase todos) "é uma cidade linda, limpa e organizada". Parece mesmo que foi tirada de uma história de encantar ;) Para quem não sabe, é a cidade com maior qualidade de vida do mundo (eleita em 2009), isto deixa-me mesmo orgulhosa e, mais uma vez, contente com a minha escolha ;) o sistema de transportes é do melhor que há, enquanto lá estive apenas andei uma vez de carro (táxi) tudo o resto foi autocarro, eléctrico e metro ;) este último conseguia levar-nos a quase todo o lado ;) o metro (u-banh) tinha 5 linhas (a ver se me lembro das cores): laranja (u3), roxa(u2), castanha (u6), verde (u4) e vermelha (U1) :D embora a numeração fosse de U1 até U6. Nós nunca chegámos a perceber este fenómeno, o qual não nos apercebemos logo, mas a minha teoria é que o número 5 deve ser número de azar para eles :P não vejo outra explicação. E uma das coisas que mais me agradava ao andar de metro era que grande parte da sua trajectória era feita à superficie :) Por exemplo, quando faziamos o caminho para a faculdade, o Ride Club ou o Loco todo o percurso era à superficie :) Como a minha mãe dizia enquanto lá esteve aquilo era tudo bonito, não havia nada de feio naquela cidade, vê-se mesmo que já foi a capital de um império (Austro-húngaro), que se desmorounou com a 1ª Guerra Mundial. As pessoas é que não eram muito simpáticas (no entanto, quando encontravamos alguém simpático, era mesmo muito simpático) e nunca vi também tanta gente com deficiências (não gosto de dizer deficientes). Era muito comum irmos a passear na Mariahilfer Strasse (que saudades) e vermos pessoas sem pernas, braços, etc. O inglês também não era falado por muitos deles (muitas vezes nem sequer entendido). E coisas a ver ou fazer?? Tantas!!! Nem sei por onde começar (ai que este post vai ficar tão grande!). Quando chegar a casa vou consultar as fotos e passar para aqui todos os nomes (sempre que souber, vou traduzi-los para português) que fizeram parte da minha vida e vou por também aqui as fotos que para mim mais simbolizam aquela cidade :) Quatro meses e meio não se resumem num simples post aqui no blog (ainda por cima para mim). Há tantas "estórias" ;), tantos risos, amizades, passeios, etc para contar. E é por isso mesmo que adoro escrever, um dia virei aqui ler isto e muito provavelmente já não me lembrarei das linhas do metro e de outros pormenores ;)
Está decidido, este post ficará para contar os meus primeiros e últimos dias em Viena e farei, depois outro, com tudo aquilo que visitei e vale a pena ser visitado (quase tudo portanto).
Chegou o dia 21 de Dezembro. Apesar de saber que iria voltar dali a duas semanas, é com enorme tristeza que vou ao fim da tarde bater à porta de muitos daqueles com quem partilhei tanta coisa, muitos dos quais não voltei a ver. Lembro-me perfeitamente de acordar naquele dia e pensar "Isto é estranho, hoje vou ver a minha mãe..." :') A Melissa e a Lisa batem à porta no meio da tarde, a Mónica vai abrir, elas perguntam onde está a Tânia porque se querem despedir de mim. Enquanto elas lá estiveram no quarto senti uma nostalgia tal que me mantive calada a maior parte do tempo. Mesmo assim e depois de lanchar com as restantes 7 portuguesas e ter dado uma cabeçada estrondosa num pequeno armário de ferro da nossa cozinha volto a despedir-me delas (não coneguia parar de lhes dar abraços e beijinhos), dos americanos, dos chineses, da francesa Justine, sempre acompanhada por algumas das portuguesas. A Marta (minha namorada :P) só chorava e a "Vergessen" também não se conteve :') Era o último momento em que íamos estar ali todas juntas, a vida erasmus chegou, literalmente, ao fim. À ida para o autocarro (nesse dia só eu, a Filipa e a Vanessa é que viríamos para Portugal) a Marta dizia-me "É a última vez que estamos aqui juntas, vou ter tantas saudades dos nossos passeios de bicicleta", eu também tenho, meu amor ;) Tenho saudades especialmente daquele passeio à meia noite do dia, se não me engano, 8 de Dezembro :D A despedida em Janeiro (dia 22) já foi mais animada :D de início pensei "Ai que vou chorar tanto!" mas não :P tão depressa pensei isto como a seguir pensei "Chorar??o que??era o que mais faltava!! Só se for em Portugal e além do mais não tenho motivos para chorar, muito pelo contrário, foi a melhor fase da minha vida!!" Assim foi :) Arrumámos as malas e desocupámos tudo o que tinhamos no quarto (a cozinha ficou cheia de tachos, pratos, detergente para lavar a roupa, coisas de higiene pessoal, etc), o Lu
ís ("palinha? O que é isso?") vem lá despedir-se de nós (estou a dever-lhe uma mensagem!) e já perto da hora de partida juntamo-nos na cozinha a falar um pouco e a rir ainda mais. O italiano Alessandro e as francesas juntam-se a nós e é com muito espanto que nos vêem a dançar "É o bicho" de Iran Costa, tal como outros tesourinhos da música portuguesa (se me lembrasse de mais algum referia) XD Pois bem, eu que pensava que ia chorar "baba e ranho" ria que nem uma desalmada :D Foi mesmo divertido! Ainda dei uns feijões que me sobraram (sim, daqueles que levei no início de Erasmus) à Clemence e ao Alessandro que, com muita curiosidade, me perguntaram como é que aquilo se cozinhava :D Lá lhes expliquei mas nunca cheguei a saber se a aventura correu bem ou não :P "Chegou a hora do adeus irmãos, vamos partir"! Agora é que foi mesmo a sério e não um "até já", como aconteceu em Dezembro. É com alegria que recordo os olhares tristes do meu vizinho austríaco (tive muita pena de ter começado a conviver contigo apenas no final) e de todos os outros. A Andreia ainda vem connosco até ao autocarro visto que somos muito mais malas que pessoas (a média seria 4 malas para uma pessoa, sem contar sacos e afins :P) e a risota recomeçou. Mesmo com a preciosa ajuda dela, ainda nos vimos negras (eu não sou racista) pra lá chegar, mesmo tendo "tomado partido" de dois carrinhos de supermercado do Billa (ou seriam do Merkur?) XD o carrinho ainda encalhou nos carris do tram que passava numa avenida, vá, bastante movimentada :P A minha reacção foi acabar de atravessar a estrada, a correr, largar o que tinha na mão e ir lá ajudar e, mesmo assim , não foi fácil :D Os austrícos trocistas (vocês não têm vergonha de ser, para além de antipáticos, trocistas?:P) começaram a cumprimentar-nos com umas valentes buzinadelas, não porque o sinal já estivesse aberto mas pronto LOL Assim terminaram as aventuras por terras austríacas :')
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